terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A guerra do Dízimo!


Tenho recebido perguntas e postagens sobre o dízimo e acho interessante dar sequencia a exposição desse tema.

Primeiro a intenção deste post não é ofender a ninguém apenas expor o outro lado da moeda.

Existe uma corrente que defende Abraão como o primeiro praticante do dizimo com base em:

Genesis 14:20
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

Vejamos o contexto à volta desse versículo:
Em meio a uma guerra Ló irmão de Abraão foi sequestrado em um ataque organizado pelos reis de Sinear, Elão e Goim contra Sodoma e Gomorra. Abraão organizou um contra ataque e teve êxito libertando Ló, seus bens e tudo mais que havia sido tomado do povo de Sodoma e Gomorra.

No retorno da Guerra Abraão se encontra com Melquisedeque o Rei de Salém e lhe entrega os dízimos de guerra.

Destaco que a palavra dizimo nem sempre quer dizer 10%, em uma guerra quando você diz que vai dizimar o alvo não tem nada a ver com 10%, tem mais a ver com destruir e matar. No caso de Abraão que entregou dízimos ao Rei de Salém após a guerra, isso tem mais a ver com entregar os despojos de guerra e não alguma semelhança com a pratica do dizimo nos dias de hoje.
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O autor do livro de Hebreus confirma a versão conforme em:
Hebreus 7:4
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.

Abraão então organiza os despojos recuperados. Contabiliza tudo. Parte dos despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra. Outra parte a Ló e outra parte se referia ao “custo operacional da guerra”. Devolve tudo aos seus legítimos donos.

Nada pertencia a Abraão, que se recusou a tomar qualquer coisa para si.

Gênesis 14:23
Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;

Para que o dízimo de Abraão tenha o mesmo significado dos dízimos cobrados hoje pelas “igrejas cristãs”, ele teria que ter ficado com os outros 90%. Que dizimista é este que dá 10% para o Sumo Sacerdote e os outros 90% para um rei pagão? Leia todo o capitulo 14 de Genesis.

Jesus nunca recebeu dízimos. Se Melquisedeque simbolizava a Cristo, por que não encontramos relatos de pessoas dando dízimos a Jesus durante Seu ministério aqui na Terra? Não é Ele o Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque? Como ousam os líderes religiosos hoje exigir dízimos aos seus fiéis na qualidade de sacerdotes sucessores de Melquisedeque, se o nosso Sumo Sacerdote Jesus não fazia assim?

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8:32)
 
Motivos que confirmam, Abraão não era praticante do dízimo que vemos hoje:
1º - O dizimo que Abraão entregou para o Rei de Salém era despojos de guerra.

2º - A lei do dizimo veio após Abraão e se encerrou com a entrada da Graça (fim do sistema levitico e ressurreição de Cristo) e por isso não havia a pratica do dizimo em sua época.

3º - Abraão entregou dízimos (de guerra) uma única vez em toda a bíblia durante seus 175 anos de vida.

Relaciono apenas três fatos que anulam a ideia de um Abraão “dizimista”. Fique atento, o dizimo é bíblico, mas não é Cristão.

O dizimo nunca foi dinheiro, nem mesmo na época de Jesus quando já existiam as moedas de Cesar.

Segundo a lei da antiga aliança, somente os levitas (da tribo de Levi) poderiam receber os dízimos fora eles apenas, órfãos, viúvas e estrangeiros para suprir suas necessidades básicas.


Deus abençoe!